Em vídeo, artistas dizem que nunca quiseram censurar biografias .
Integrantes do Procure Saber admitem ausência de autorizações prévias. Roberto Carlos, Gil e Erasmo falam em vídeo divulgado nesta terça.
Os cantores Roberto Carlos, Gilberto Gil e Erasmo Carlos assumem uma postura diferente da que vinha sendo defendida anteriormente em relação à publicação de biografias, em um vídeo divulgado na noite desta terça-feira (29) pelo grupo Procure Saber, do qual fazem parte, ainda, artistas como Chico Buarque e Caetano Veloso. (Veja ao lado).
Os cantores continuam defendendo seu direito a privacidade e intimidade, mas têm um discurso novo quando abordam a questão das autorizações prévias, e chegam a admitir que já tiveram uma posição mais "radical", de acordo com as declarações no vídeo publicado no perfil do Procure Saber no Facebook.
"Quando nos sentimos invadidos, julgamos que temos o direito de nos preservar, e de certa forma preservar a todos que de alguma forma não tem, como nós temos, o acesso à mídia, ao Judiciário, aos formadores de opinião", diz Gil.
"Julgamos ter o direito de saber o que de privado, de particular existe em cada um de nós, em nossas vidas", afirma Roberto, que ganha um complemento de Erasmo: "Este é um ponto que não podemos delegar a ninguém, decidir o que nos toca, a cada qual, intimamente. Decidir o que nos constrange e nos emociona".
"Nunca quisemos exercer qualquer censura. Ao contrário, o exercício do direito à intimidade é um fortalecimento do direito coletivo. Só existiremos enquanto sociedade se existirmos enquanto pessoas", afirma Gil.
“Se nos sentirmos ultrajados, temos o dever de buscar nossos direitos, sem censura prévia, sem a necessidade de que se autorize por escrito quem quer falar de quem quer que seja”, explica Erasmo. "Não negamos que esta vontade de evitar a exposição da intimidade, da nossa dor, ou da dor dos que nos são caros, em dado momento nos tenha levado a assumir uma posição mais radical", admite Roberto.
"Mas a reflexão sobre os direitos coletivos e a necessidade de preservá-los, não só o direito à intimidade e à privacidade, mas também o direito à informação, nos leva a considerar que deve haver um ponto de equilíbrio entre eles", acrescenta Gil. "Queremos, sim, garantias contra os ataques, os excessos, as mentiras, os aproveitadores", diz ainda.
"Confiamos que o poder judiciário há de encontrar uma maneira de conciliar o direito constitucional à privacidade com o direito também fundamental de informação”, acrescenta Roberto.
"O debate nos faz bem, nos amadurece, nos faz mais humanos, mais humildes. Agradecemos a todos os que se expuseram conosco, que tiveram suas vidas expostas em nome de uma ideia e que por isso foram chamados de censores", diz Gil em outro trecho.
Insistindo no ponto sobre não serem a favor da censura, o vídeo é encerrado por Roberto Carlos, que diz: "não queremos calar ninguém, mas queremos que nos ouçam".
A divulgação do vídeo acontece dois dias após uma entrevista de Roberto Carlos ao programa “Fantástico”, na qual ele disse ser a favor da publicação de biografias sem autorização prévia, mas com “conversas e ajustes” entre autores e biografados ou seus representantes.
Em 2007, o cantor moveu uma ação contra o jornalista e historiador Paulo César de Araújo, autor de "Roberto Carlos em detalhes", e conseguiu que o livro fosse recolhido das lojas e tivesse sua venda proibida.
Procure Saber
Fonte: G1
A meu ver, não adianta lutarem mais, todos já sabem da vida desses artistas, não há nada que eles poderiam fazer para que ninguém mais saiba!! É claro que é errado expôr a vida da outra em um livro , que seria a biografia, mas com a permissão acho que tudo estaria resolvido! Todos devem ter privacidade e intimidade, não digo o contrário disso, porém se esses artistas estão no meio público, não tem muito o direito de reclamar que suas vidas sejam públicas! Não acho que seja ético falar sobre a vida da outra sem permissão, eu se fosse repórter, mesmo sabendo que posso fazer isso, não faria, porque eu não concordo, não acho certo. Penso que, as biografias não deveriam ser CENSURADAS e sim AUTORIZADAS antes de serem publicadas, pois assim ninguém sairia mal da história e essa ação de falar do outro em um livro, viraria ética e não seria desleal a um cidadão!