Ciências (3º bimestre) - 2015

Qual é a origem dos nomes dos planetas?


A mitologia greco-romana domina o Sistema Solar porque o céu era associado a deuses na Antiguidade. E porque isso ajuda a evitar possíveis polêmicas religiosas ou políticas

Cinco planetas podem ser vistos a olho nu e são conhecidos desde a Antiguidade: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Os nomes são uma homenagem a deuses da mitologia greco-romana e atravessaram os séculos sendo chamados assim em todo o Ocidente, herdeiro cultural da Grécia e da Roma antigas. Mas, para outros povos, os planetas tinham nomes diferentes (veja abaixo). Só em 1919 a situação ficou mais organizada, com a criação da União Internacional dos Astrônomos (IAU), cujo objetivo é promover a cooperação entre astrônomos de todo o mundo e, entre outras coisas, regulamentar os nomes das novas descobertas. E há uma série de regras para isso. Por exemplo, estrelas são nomeadas com siglas (uma exceção é Cor Caroli, da constelação Cães de Caça). Planetas-anões têm nomes pronunciáveis e sem caráter comercial. Essas definições servem para evitar lambanças intergaláticas. No Sistema Solar, já teve gente que quis dar nome de rei a um planeta ou homenagear colegas astrônomos. A entidade evita isso, pois ela barra associações à política ou à religião.

 O planeta mais distante de todos, Plutão, descoberto em 1930, por pouco não se chamou Percival, sugestão da mulher do astrônomo Percival Lowell, que havia previsto a existência do planeta em 1915. Foi a estudante inglesa Venetia Burney, na época com 11 anos, quem sugeriu aos pesquisadores que o astro recebesse o nome do deus romano dos mortos.


Mapa do céu
Sistema Solar é uma aulinha de mitologia

L
Na Antiguidade, muitos povos consideravam a estrela uma divindade. Os gregos o chamavam de Hélio e os egípcios, de Rá. Os romanos deram o nome definitivo, mas a razão é desconhecida.


VÊNUS
Homenageia a deusa romana do amor e da beleza. Teria esse nome pois era o que mais brilhava quando observado por astrônomos da Antiguidade. A olho nu, é claro, pois o telescópio é do século 17.
A superfície desse planeta tem uma temperatura extremamente alta. Lá é tão quente que pode derreter chumbo. A pressão da atmosfera é 90 vezes maior do que a do nosso planeta. Porém, não tem como negar que o lugar é maravilhosamente belo simplesmente pelo fato de ser brilhante, graças à proximidade com uma densa cobertura de nuvens.
Sendo assim, ele reflete a luz do sol e é considerado o terceiro planeta mais brilhante do céu, depois do Sol e da Lua. Então, os antigos romanos procuravam um nome que pudesse expressar tanta maravilha e é claro que resolveram homenagear Vênus, a deusa do amor e da beleza. E o nome foi realmente muito bem aplicado


MERCÚRIO
Mercúrio teve seus primeiros avistamentos registrados no século 14 a.C. e os babilônios costumavam chamá-lo de Nabu, o deus da escrita e do destino. Os antigos gregos o chamava de Mercury Stilbon, que significa “brilhante”. Os habitantes mais recentes da Grécia então passaram a designá-lo como Hermes, homenagem ao deus das viagens rápidas.
Isso porque o planeta gira em torno do Sol a cada 88 dias, sendo cerca de 50 quilômetros por segundo mais rápido do que qualquer outro corpo celeste. E então chegou o dia em que os romanos derrotaram os gregos e tomaram posse de tudo o que era eles. E então nomearam o planeta como Mercúrio, que é a contraparte romana de Hermes, o veloz mensageiro do Olimpo


MARTE
Devido à cor vermelha, tem o nome do deus romano da guerra. Os astrônomos associaram a cor ao sangue. Já os egípcios o chamavam de O Vermelho. Na Ásia, Marte era Estrela de Fogo.
Marte é conhecido por ser o segundo maior deus da guerra (perdendo apenas para Júpiter, mas quase se igualando em importância) e também é o protetor de Roma, uma nação que tem muito orgulho de suas forças armadas. Ele tem o total respeito dos lutadores e de todas aquelas pessoas que protegem seu território.
Então, foi descoberto um planeta poderoso, cujo solo possui uma coloração de fogo, com um matiz bem definido, comparada realmente a cor de sangue. Então, que deus melhor para defini-lo senão aquele que protege o sangue das pessoas que participam das guerras e está sendo zelando por elas? Marte, é claro!


TERRA
O nome tem mais de mil anos e significa "solo" mesmo. Gregos chamavam o planeta de Gaia, entidade titânica que representa a terra. Romanos a chamavam de Telo (sem acento, por favor).
Essa é a única exceção. Enquanto todos os planetas recebem o nome de um deus ou deusa, exaltando seus títulos, o nome Terra vem de uma antiga palavra anglo-saxão que significa simplesmente terra mesmo, sinônimo de solo. E acredite se quiser: isso aqui, até “pouco tempo”, não era considerado um planeta por grande parte da história humana.
Desde o começo, quando os primeiros homens começaram a estudar os corpos celestes, acreditavam-se que a Terra era um objeto central em torno do qual o resto dos planetas giravam. Esse fato persistiu até o século 17, quando os astrônomos perceberam que não éramos o centro de todas as coisas. Mas já era tarde para mudar o nome de tudo.


SATURNO
É um dos titãs e pai de Júpiter. Como o planeta está mais longe que Júpiter em relação à Terra, acredita-se que isso tenha determinado seu nome, como uma representação de pai e filho.
Temos aqui o planeta que é conhecido por causa de seus anéis, milhares deles combinados que foram um sistema espetacular e complexo de círculos. Saturno também foi um dos primeiros corpos celestes a serem observados e estudados. Dessa forma, também é uma das mais cultuadas esferas astronômicas existentes.
Os antigos gregos nomearam o planeta de Cronos, homenageando o deus da agricultura e do tempo, porque esse era o corpo celeste que mais tempo foi observado no céu e tido como o detentor do tempo, aquele que conseguia prender mais tempo as pessoas. Logo, os romanos intitularam o lugar como Saturno, o pai de Júpiter e contraparte romana de Cronos.


JÚPITER
Você sabia que Júpiter é o maior planeta do céu? Ele é tão grande que tem até mesmo o seu próprio “sistema solar”. Por isso, esse corpo celeste recebeu o nome de Zeus pelos gregos e Júpiter (contraparte romana de Zeus) pelos romanos. Ele é conhecido como o deus da luz e do céu e era o mais importante deus para a população de Roma. Já os orientais o chamavam de Estrela da Madeira.
O citado planeta gigante possui duas vezes mais materiais do que todos os outros corpos do sistema solar juntos. É muita coisa para um lugar só. Além disso, acredite: ele tem 67 luas próprias. Sua importância é imensurável e não foi à toa que ele recebeu o nome da divindade chefe oficial de Roma. Foi muito bem merecido. 


NETUNO
Esse planeta foi descoberto por John Couch Adams e Urbain Le Verrier. Eles verificavam as irregularidades no movimento de um novo corpo celeste supondo que outro planeta foi a causa. Logo, Netuno foi descoberto através de cálculos matemáticos e não por observação, como era o normal por todas as outras esferas astronômicas já conhecidas até então.
Janus e Oceanus foram os nomes sugeridos pela comunidade astronômica internacional (já que os descobridores queriam nomeá-lo de Le Verrier, mas o título não foi aceito), mas  em 1946bvquem ganhou foi Netuno, o deus do mar, graças à tonalidade azul do território. Urbain Le Verrier também recebeu internacionalmente esse apelido.


PLUTÃO
Rebaixado a planeta-anão em 2006, hoje se chama 134340 Plutão. Foi descoberto em 1930 por Clyde Tombaugh. Como fica bem longe do Sol, Plutão seria uma homenagem ao deus romano dos mortos. 
Porem Plutão foi descoberto em 1930, por pouco não se chamou Percival, sugestão da mulher do astrônomo Percival Lowell, que havia previsto a existência do planeta em 1915. Foi a estudante inglesa Venetia Burney, na época com 11 anos e apaixonada por mitologia grega ela sugeriu aos pesquisadores que o astro recebesse o nome do deus romano dos mortos já que foi preciso muito tempo para descobrir o planeta, o nome seria Plutão. Outro fato que ajudou é que as duas primeiras letras de Plutão são as iniciais de descobridor do corpo celeste.


URANO
Sir William Herschel foi quem descobriu Urano como um planeta, em 1781. Antes disso, ele era considerado apenas uma estrela fixa e isso vinha desde a pré-história. Herschel o nomeou de Georgium Sidus (estrela de George) depois que o rei George II disse: “Na mais filosófica era presente, seria inadmissível nomear de Juno, Pallas, Apollo ou Minerva o nosso mais novo corpo celeste”.
Isso ganhou popularidade na Grã-Bretanha e diversas sugestões começaram a ser recebidas, e então surgiu o nome Urano, que era o pai de Saturno e também o deus do céu. O nome passou a ser amplamente utilizado a partir de 1850 quando o título foi oficialmente aceito em substituição ao já usado nome de Georgium Sidus.



Fonte: Super Interessante
Fonte: Web Fanny


     Eu li em outro reportagem que os primeiros a batizar planetas foram os sumérios, povo que ocupava a região da Mesopotâmia (atual Iraque) há 5 mil anos. Eles já haviam identificado cinco "estrelas" que se moviam no céu, enquanto as demais permaneciam paradas, e acreditaram que fossem deuses.
     De acordo com as características de cada uma, elas ganharam nomes relacionados com as divindades. Enki, Inanna, Gugalanna, Enlil e  Ninurta. Já o nome da Terra vem do latim antigo. Na época, a palavra já tinha os mesmos significados de hoje: solo, chão, território. Na mitologia romana, a Terra era representada pela deusa Gaia, ligada à fertilidade. 
   Seja la qual for os nomes achei interessante saber também que  foi uma menina de 11 anos que teve mais criatividade do que mulher de um astrônomo.