Educação (4º bimestre) - 2015

O que foi o Muro de Berlim?


Ele dividiu em dois a cidade de Berlim, na Alemanha, entre 1961 e 1989. Para entender seu surgimento é preciso voltar ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Após a derrota nazista, a Alemanha foi repartida em quatro zonas de ocupação, controladas por Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e União Soviética, as potências que venceram o conflito. Diferenças ideológicas afastaram os comunistas soviéticos dos outros três aliados, que eram capitalistas. Na prática, o país de Hitler acabou dividido em dois: Alemanha Oriental, sob influência da União Soviética, e Alemanha Ocidental, sob o domínio dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e França. Berlim ficou do lado soviético, mas, como era a capital, também acabou dividida em dois. Nos primeiros anos após o desenho dessas fronteiras artificiais, muitos alemães orientais debandaram para Berlim Ocidental, por discordarem do regime comunista adotado na parte do país em que viviam.

Entre 1949 e 1961, quase 3 milhões de pessoas mudaram de lado, sendo mais de 3 mil médicos, 17 mil professores e 17 mil engenheiros. Essa fuga de trabalhadores qualificados ameaçava a economia da Alemanha Oriental e as autoridades do país decidiram conter o êxodo isolando aos poucos a parte ocidental de Berlim. Primeiro, foram instaladas barricadas em 200 ruas que ligavam os dois lados da cidade e criados postos de controle policial. Depois, o tráfego de ônibus e bondes foi suspenso e as ligações telefônicas, cortadas. Em novembro de 1953, a Alemanha Oriental transformou a entrada não-autorizada de seus cidadãos nos setores ocidentais em infração punível com até quatro anos de prisão. Como as fugas continuavam, a opção foi o fechamento total da fronteira entre os dois lados de Berlim em 1961.


Na madrugada entre os dias 12 e 13 de agosto daquele ano, a construção do muro começou com a colocação de barricadas e cercas de arame farpado. Em questão de horas, todos os pontos de acesso a Berlim Ocidental estavam completamente fechados. A reação das potências capitalistas foi morna.

"O presidente americano John Kennedy nada fez para deter isso por receio de provocar uma guerra", diz o historiador americano Ed Peterson, da Universidade de Wisconsin-River Falls, nos Estados Unidos, autor de vários livros sobre o Muro de Berlim, como Russian Commands, German Resistance ("Comandos Russos, Resistência Alemã", inédito em português). A construção da muralha em 1961 durou poucos meses e, nos anos seguintes, ela seria constantemente reforçada, passando por três grandes reformas em 1962, 1965 e 1975. Mesmo assim, mais de 5 mil alemães orientais conseguiram escapar para o lado ocidental e outras 239 pessoas morreram tentando fazer o mesmo. Na década de 80, as relações entre União Soviética e Estados Unidos melhoraram e, aos poucos, os habitantes dos países europeus comunistas tiveram o trânsito facilitado para o resto do continente. No dia 9 de novembro de 1989, foram suspensas todas as restrições impedindo alemães orientais de irem para o outro lado do país.

Menos de um ano depois, as duas Alemanhas seriam unificadas e o muro, definitivamente destruído. Hoje, restam apenas ruínas simbólicas em alguns pontos de Berlim.

Cidade cercada
A grande muralha dava toda a volta em Berlim Ocidental
Berlim ficava a 180 quilômetros da fronteira com a Alemanha capitalista. O muro dava a volta completa em torno de todo o lado ocidental da cidade.

Com 155 quilômetros de extensão, ele passava por áreas habitadas, bosques e até pelo rio Spree, onde, além de barreiras submersas, havia a vigilância constante de barcos de patrulha.

Só era proibido ir de Berlim Oriental para Berlim Ocidental. O trajeto contrário era permitido. Durante a década de 70, havia oito pontos onde, obtidas as permissões e os documentos necessários, as pessoas do lado ocidental podiam atravessar o muro. O mais famoso deles - conhecido como Checkpoint Charlie - era reservado para visitantes estrangeiros, incluindo diplomatas e autoridades militares do bloco capitalista.

Obstáculo Intransponível
Soldados, cães e carros de patrulha vigiavam o complexo
1. As ruas que davam acesso às barreiras tiveram o pavimento arrancado e foram esburacadas para dificultar a aproximação de veículos

2. O primeiro obstáculo vertical podia ser de dois tipos: em alguns pontos da cidade era uma cerca de arame farpado; em outros, uma parede com 3,5 metros de altura

3. A chamada "grama de Stálin" - afiadas estacas de aço fincadas no chão - era o primeiro obstáculo horizontal para barrar veículos

4. A segunda barreira vertical era uma resistente cerca de tela entrelaçada, com 2 metros de altura

5. Aqui eram espalhados mais obstáculos pelo chão: valetas, rolos de arame farpado e pequenos blocos de concreto. Sensores captavam intrusos e acionavam alarmes

6. Postes de 5 metros de altura equipados com potentes lâmpadas ajudavam na fiscalização noturna

7. Ao longo de toda a extensão do muro, foram erguidas 302 torres de observação como essa

8. Uma faixa de 6 a 7 metros de largura era utilizada para o deslocamento dos soldados. Nela também ficavam cerca de 600 cães distribuídos ao longo do muro

9. Uma outra faixa, com largura entre 6 e 15 metros, tinha chão de terra e era coberta com areia para denunciar pegadas de possíveis fugitivos. Também podia ser minada

10. Valetas com 3 a 5 metros de profundidade formavam o último obstáculo horizontal

11. Mais uma faixa, com 3 a 4 metros de largura, era asfaltada e usada por carros de patrulha

12. O muro propriamente dito tinha placas de concreto com 4,20 metros de altura. Na parte de cima, tubos de cimento impediam que as pessoas se agarrassem nele


Construção e Queda do Muro de Berlim (Compacto)

     Nessa segunda feira 09 de Novembro fará 26 anos da queda do Muro de Berlim, o Monumento à Estupidez. 
     A muralha tinha 156 km de extensão, 302 torres de observação, 127 redes metálicas eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Ele simbolizava a chamada "cortina de ferro" entre a Europa Ocidental e o Bloco de Leste do continente europeu. Era uma barreira quase intransponível. 
     Neste aniversário de 26 anos da queda do Muro de Berlim, é preciso lembrar que o espírito desse totalitarismo não morreu. Ele continua bastante vivo, e podemos encontrá-lo com facilidade aqui mesmo, no Brasil, encampado pelo partido que há 13 anos corrói a vida política, econômica e social do País. O que a queda do Muro de Berlim nos ensina é que, por sua essência profundamente destrutiva e inumana, o socialismo está fadado a cair. Esperemos que, aqui, ele caia depressa, antes que nos arraste mais para o abismo.