Ética e Cidadania (3º Bimestre) - 2016

Campanha para a Paralimpíada aposta em celebridades modificadas ao invés de pessoas com deficiência


Existem alguns assuntos que exigem uma sensibilidade gigante, um bom senso que vai além do que muitos costumam ter. Depois dos Jogos Olímpicos, será dada a largada da Paraolimpíada, entre os dias 7 e 18 de setembro de 2016. Eis que para divulgar o evento, tão importante e representativo para pessoas com deficiência, a campanha Somos Todos Paralímpicos é estampada por Cléo Pires e Paulo Vilhena, dois atores que foram modificados no Photoshop para terem braço e perna amputados. E agora?

Veja bem, a culpa não é bem dos modelos, que provavelmente fizeram isso na melhor das intenções e com o objetivo de apoiar, dar visibilidade pra essa galera. Mas dessa forma o projeto não faz sentido algum. Como que os Jogos Paralímpicos, cheios de atletas que fazem maravilhas para praticar seus esportes, está de alguma forma ligado a duas pessoas que sequer possuem algum tipo de deficiência física? Como que o atleta paralímpico está incluso ou representado numa campanha dessas?

Assinada pela agência África, a ação já está causando polêmica. Veiculada em primeira mão pela revista Vogue, que foi parar nos trending topics do Twitter e fez um ensaio de moda com o tema, o anúncio quis colocar Cléo no lugar de Bruna Alexandre, paratleta do tênis de mesa, e Paulo fazendo referência a Renato Leite, que pratica vôlei sentado. Só que, até onde sabemos, Bruna e Paulo são duas pessoas, reais, que são atletas, estarão na Paraolimpíada, e simplesmente não aparecem na própria campanha, apenas as partes amputadas de seus corpos. E estavam presentes no dia das fotos e ambos são medalhistas em suas modalidades.


Novamente, vale ressaltar que Bruna e Renato também participaram da ação provavelmente com o intuito de colocar no lugar deles qualquer pessoa que esteja dentro dos padrões. O problema é que o anúncio acabou virando um insulto, um desrespeito com as pessoas com deficiência, que já passam por inúmeras situações nada inclusivas, e acabam ficando novamente excluídas pela falta de sensibilidade da equipe de criação. Inclusão é sair do padrão e não colaborar com ele. Modificar dois atores no Photoshop não é o melhor dos caminhos para a representatividade e acaba estampando o preconceito que levou a campanha a não optar por modelos com deficiência ou atletas paralímpicos. Nonsense define. O que ficou no final das contas foi uma grande interrogação: somos todos Paralímpicos?

Fonte: Hypeness


Se é necessário colocar celebridades ao invés dos próprios atletas é porque o público se sente mais atraído por eles, a ideia realmente foi chamar a atenção pra ver se as pessoas dão o mesmo crédito para a paraolimpíada que foi dado a olimpíada. O problema é com a propaganda ou com nós que somos público? concordo que seria melhor apenas mostrar os atletas paraolímpicos, mas, se para chamar a atenção, é necessário chamar globais, fazer o quê? Acho que ninguém daria a mínima se os atores não estivessem na campanha.sem contar que simplesmente se eles fossem alguém que conhecemos e participamos de suas vidas ,como você se sentiria!!!! e se for um apoio ou promoção tudo e valido, afinal todos somos merecedores de apoio e aplausos. O alvo deles foi atingido eu faria a mesma campanha afinal qualquer pessoa até os famosos podem sofrer uma deficiência e o elemento chocante da campanha fez com que ela se espalhe mundialmente.